Iniciantes na Umbanda

Toda
a pessoa que escuta esta frase: “Você tem que vestir branco, e precisa
desenvolver a sua mediunidade”. Pronto! Aí vem o medo e ao mesmo tempo a
ansiedade, imaginando-se vestido de branco e já incorporando “seus guias”, ele
julga que após poucas semanas já estará apto a “trabalhar” dando “consulta”…
Será que é só colocar o médium “novo” no meio da gira e girar? Ou será que ele
precisa primeiro de atenção, carinho, ajuda e esclarecimento neste momento
único e delicado de transição dos seus valores religiosos, e principalmente de
doutrina, acrescido de tempo e humildade de ambos os lados, seja do dirigente
para com o filho pequeno (que nasce para a espiritualidade) e precisa ser
cuidado com amor. Ou por parte do filho que precisa de conhecimento e isto só é
conseguido através do estudo, movido pela paciência, humildade e fé, pois só
assim conseguirá de fato ser um filho de fé da Umbanda Sagrada. Como as giras
de desenvolvimento fazem parte deste processo mediúnico comentarei sobre os
recursos rituais: atabaques, cantos, defumações, danças, roupa branca,
etc.
Defumações:
descarregam o campo mediúnico e sutilizam suas vibrações, tornando-o receptivo
às energias de ordem positiva. Ela é essencial para qualquer trabalho num
terreiro, pois certas cargas se juntam (agregam) ao nosso corpo astral durante
nossa vivência cotidiana, ou seja, pensamentos e ambientes de vibração pesada,
rancores, preocupações, pensamentos negativos, etc., tudo isso produz (ou
atrai) certas formas-pensamento que se aderem ao nosso campo eletromagnético,
bloqueando transmissões energéticas. Pois bem, a defumação tem o poder de
desagregar estas cargas, através dos elementos ar, fogo e vegetal que a compõe,
pois interpenetra o campo astral, mental e a aura, tornando-os novamente
“libertos” de tal peso para produzirem seu funcionamento normal.
Palmas:
Se cadenciadas e ritmadas, criam um amplo campo sonoro cujas vibrações agudas
alcançam o centro da percepção localizada no mental dos médiuns. Com isso, os
predispõem a vibrarem ordenadamente, facilitando o trabalho de reajustamento
de seus padrões magnéticos.
Cantos:
a Umbanda recorre aos cantos ritmados que atuam sobre alguns plexos, que
reagem aumentando a velocidade de seus giros. Com isso, captam muito mais
energias etéricas, que sutilizam rapidamente todo o campo mediúnico, facilitando
a incorporação. Os pontos cantados são uma das primeiras coisas que afloram a
quem vai a um terreiro de Umbanda pela primeira vez. Os pontos cantados
são, dentro dos rituais, um dos aspectos mais importantes para se efetuar
uma boa gira. São louvações e orações cantadas, para chegada dos Orixás e
guias, também para descarga e limpeza fluídica, bem como para a subida dos
Orixás e guias. Um verdadeiro ponto cantado nos atinge lá dentro do coração e
da emoção, nos trazendo paz, fé, pela pureza e firmeza desses pontos
maravilhosos.
Atabaque:
As vibrações sonoras têm o poder de adormecer o emocional, estimulando a
sensibilidade, modificando as irradiações energéticas, atuando sobre o
padrão vibratório do médium, após esta mudança o mentor aproveita esta
facilidade e adentra no campo eletromagnético, igualando-se ao padrão e
fixando-o no mental de seu médium, direcionadamente. Em pouco tempo o médium,
entra em sintonia magnética para a incorporação. Existem vários tipos de
toques: • suaves e cadenciados (renovação afetiva e amorosa); • vibrantes
(descarrega); • sons alegres (predispostos ao bom humor)
Danças:
A Umbanda recorrem às “danças rituais” pois, durante seu transcorrer, os
médiuns se desligam de tudo e se concentram intensamente numa ação onde o
movimento cadenciado facilita seu envolvimento mediúnico. Nas “giras” (danças
rituais), as vibrações médium-mentor se ligam de tal forma, que o espírito do
médium fica adormecido, já que é paralisado momentaneamente. No princípio, o
médium sente tonturas ou enjôos, mas estas reações cessam se a entrega for
total e não houver tentativa de comandar os movimentos, já que seu mentor quem
o comandará. Nada é por acaso. Se o ritual de Umbanda optou pelo uso de
atabaques, cantos e danças ritual, há todo um comando pelos senhores do alto
dando amparo e sustentação.
Roupa
Branca:
O branco é a cor de Oxalá, que é o regente da Fé, da religiosidade dos seres da
pureza, da humildade, da benevolência, da paciência da fraternidade da união e
da caridade… O simbolismo da veste branca é bem visível, além de permitir uma
uniformidade na apresentação do corpo mediúnico. Mas, se alguém se veste de
branco e assume o grau de médium, dele também se exige que purifique seu íntimo,
reformule seus conceitos a respeito da religiosidade e porte-se de acordo com o
que dele esperam os Orixás Sagrados, pois estes que o ampararão daí em diante. O
fato é que a Umbanda como uma religião possui seus próprios rituais ,suas
próprias característica, e suas práticas. Desenvolver a mediunidade não
significa dar algo a quem não está habilitado para recebê-lo, mas sim, em
habilitar alguém a assumir conscientemente o dom com o qual foi
ungido.
Saravá
Umbanda! Um grande abraço.
Por
Mônica Berezutchi
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