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21 fevereiro 2013

Ogans & Ekedis

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"Ogans  & ekedis"
 
 

Quando iniciamos a série de postagens discorrendo sobre o papel, importância e postura do Iyawo dentro do Terreiro de Candomblé, recebemos dezenas de mensagens, pedindo para que abordássemos também a figura do Ogan, razão pela qual, estamos iniciando hoje essa série.
O Terreiro de Òsùmàrè, sempre foi um importante seleiro de renomados Ògáns. Grandes mestres surgiram aqui, tai...s como Posidônio, Paisinho, Januário, Manoel Alagbé e Erenilton, todos considerados e reconhecidos no chamado Candomblé da Linha 15 (berço de grandes Terreiros da Bahia), pela grande versatilidade frente aos atabaques e pelo grande domínio das antigas cantigas dos Òrìsàs. A "nova geração" de Ògáns da Casa de Òsùmàrè, segue o ensinamento e postura desses grandes mestres, perpetuando assim, essa importante história.
Além disso, e principalmente, esses e outros importantes Ògáns, foram e são reconhecidos pela postura e papel dentro da Casa de Candomblé. Quando falamos em Ògán, muitos pensam em tocadores de atabaque, mas o papel do Ògán em uma casa de asè abrange muitos mais que a parte musical nos terreiros.
Os Ògáns são como uma espécie de guardiões do Terreiro. Além de contribuir com o zelo dos Òrìsàs, eles também zelam pelo Terreiro. Um grande Ògán, ao chegar à Casa de Candomblé, após se purificar por meio das folhas sagradas, se vestir adequadamente e, saudar o seu Sacerdote, busca realizar sua funções com esmero. Mas afinal, quais são essas funções?
Conforme mencionado, além do cuidado com os atabaques (manutenção), também é papel do Ògán contribuir para que tudo caminhe bem no Terreiro. Um grande Ògán, busca defender o a sua comunidade, o seu asè de forma contundente, fazendo de tudo para que o mesmo seja preservado. Recordamos aqui, o saudoso Elemoso Agnelo, Ogan do Terreiro da Casa Branca, que de forma contumaz, lutou para reaver uma parte do terreno do seu Asè, que havia sido indevidamente tomado por um posto de gasolina.
Um grande Ògán, busca preservar as edificações do seu Terreiro, estando sempre atento para qualquer e eventual dano, como, por exemplo, a necessidade da troca de uma telha, ou um degrau danificado em uma escada.
Um grande Ògán, se dedica em diversos âmbitos do Candomblé, como aprender os toques, os cânticos, os animais, as folhas. Existem Ògáns que são exímios conhecedores de folhas e suas virtudes, que aprenderam desde como colher as sagradas ervas dos Òrìsàs até as suas propriedades medicinais e religiosas.
Cabe ao Ògán o cuidado especial e indispensável com os animais que serão ofertados aos Deuses, de modo que a oferta seja aceita de forma plena. Um grande Ògán, sabe como entregar um sacrifício (ebó), de modo que o mesmo seja conduzido conforme a necessidade específica de cada problema.
Todo esse conhecimento demora anos, cabendo ao Ògán estar sempre atento às palavras e conselhos do seu Sacerdote que conduz o seu aprendizado religioso.


 


Ogãs Cambonos(as) Ekédis


Os Servos Sagrados - Ogãs e Cambonos (as) Ekédis (Nos Candomblés)
Dentro do ritual do santo, existem funções (cargo) que são fundamentais para o bom andamento das funções do santo; Ogãs e Cambonos (as) (dentro da Umbanda) Ekédis (Nos Candomblés).
São considerados pelo próprio santo como servos sagrados, tendo a função de observar os trabalhos enquanto o Zelador (Pai no santo) ou Zeladora ( Mãe no Santo) encontra-se incorporado por uma das entidades chefes da casa.
Abaixo falaremos um pouco dessas duas funções, cuja a importância é necessária e em algumas situações são eles que impedem problemas dentro da casa do santo.


O G Ã S
São eles que têm como uma das principais funções o toque dos atabaques (Rum o maior Rompi o médio e Lé o pequeno) para a chegada das entidades a casa de santo.
Na Umbanda os Ogãs são naturalmente e normalmente os tocadores de atabaques, os Ogãs, mesmo os de Umbanda, normalmente não são rodantes, embora isso possa ocorrer, neste caso, deveriam não ser considerados Ogãs, e sim alguém que estaria ajudando na casa tocando o atabaque enquanto aprende e desenvolve sua mediunidade. De qualquer forma, é preocupante, o atabaque faz a chamada das entidades, e se o Ogã manifesta-se com sua mediunidade, poderá haver quebra de concentração e uma quebra fluídica. Isso ocasionará transtornos e mal estar nos médiuns.
Há um tempo atrás, era uma regra geral que atabaques fossem instrumentos consagrados unicamente ao Ogã do sexo masculino, hoje esta regra vem sendo quebrada em casas menos tradicionais.
São eles que são os detentores dos toques e cantigas específicas para cada situação característica, sendo a função do Ogã imprescindível, por exemplo, numa sessão de descarrego. Não possuem dentro do santo o Pai no Santo ou a Mãe no Santo. Dentro da casa são filhos diretos de alguma entidade chefe. O ritual do Ogã começa com a suspensão dentro da casa de santo, ritual cuja alguma entidade do Pai ou Mãe no Santo o suspende, e o apresenta a todos como Ogã e futuro filho dentro do Axé.
Esse Ogã passa a ser respeitado dentro da casa de santo, por ter sido confirmado e fica prometida a futura obrigação para feitura. A obrigação do Ogã passa a ser questão de alguns meses.
Tem voz ativa dentro da casa do axé, podendo em certas situações designar obrigações e ordenar funções.
Existem os Ogãs Alabês (cuja função principal é cantar e tocar) e os Ogãs Axoguns (cuja função seria além de um Alabê, aquele que tem a mão de Obé, ou seja, tem a mão de faca, podendo cortar para os Orixás da casa isso é se a casa fizer sacrifício de animais. Em algumas linhas existe também o Ogã com mão de Ofá (podendo colher somente ele, ervas sagradas).
O Ogã não é simplesmente um tocador de atabaques e um cantador de pontos, são homens cuja a função é também deter segredos e rituais cujo conhecimento só é revelado para o Pai no Santo ou Mãe no Santo e para o Ogã.


Cambonos (as) na Umbanda Ekédis no Candomblé



Os Cambonos (as), a principais características desses filhos, notadamente é que não se manifestam com Orixás ou Entidades Espirituais, não são rodantes. Na Umbanda, os cambonos cabem no auxilio as entidades e consulentes responsáveis por escrever as receitas que as entidades passam para os consulentes e atender o que a entidade precisa naquele momento desde as bebidas, fumos, velas e outro material que precisa no momento. Há uma característica muito comum na Umbanda, que é iniciarem as pessoas aos trabalhos como cambonos, a maioria dos filhos, mesmo os que têm a capacidade de incorporação. Enquanto, a mediunidade vai se desenvolvendo eles ajudam os mais velhos que já tem a mediunidade desenvolvida, esse trabalho de ajuda, não cessa por completo com o desenvolvimento. Na Umbanda, quando não incorporados todos procuram ajudar os demais aos mais novos inclusive.
            
Em geral a função Ekédis (no Candomblé) é pertencente às mulheres, cuja função é de suma importância, sendo elas as ordenanças da casa do santo, escutam o recado e transmitem as ordens.
Diferentes dos ogãs não são suspensas e são verdadeiramente filhas do Pai ou da Mãe no Santo. Em geral são as tradutoras da linguagem usada pelo santo. São quase sempre responsáveis por zelar pelos Axés dentro da casa. São detentoras, como os Ogãs, de segredos necessários para a manutenção das energias (Axés) dentro da casa de santo.
O respeito aos Cambonos (as), Ekédis é uma característica bem marcante, sendo elas bem respeitadas e algumas vezes até autoritárias (às vezes é necessário pela função que ocupam).
Quando necessário, tem a permissão do santo para atuarem como Ogãs, podendo tocar e cantar.
Em muitas casas de santo, são elas as cozinheiras do Axé; acabam sendo as responsáveis pela comida do santo e em algumas vezes atuando como mães criadeiras, permanecendo junto com os Filhos (Iaôs ou Abiâs) durante o processo de feitura ou Boris (deitada do filho no santo para sua obrigação de cabeça).
Como os Ogãs são importantes no que se diz a respeito aos ebós (limpeza espiritual dos filhos), sendo algumas vezes mais necessárias que os próprios Ogãs




Ekedi, Ajoiè, Iyarobá, Makota







Dentre os cargos femininos na hierarquia do candomblé no Brasil, o mais conhecido é da EKEDI/AJOIÉ/IYAROBÁ/MAKOTA ,como os ogans, elas não são possuídas por seu orixá de cabeça, ou seja não entram em transe, pois necessitam estar acordadas para atender as necessidades dos Orixás. A palavra "ajoié" é correspondente feminino de ogan pois, a palavra ekedi, ou ekejí, vem do dialeto ewe, falado pelos negros fons ou Jeje.
Portanto, o correspondente yorubá de ekedi é ajoié, onde a palavra ajoié significa "mãe que o orixá escolheu e confirmou"

 O cargo de ekedi é muito importante, pois será ela a condutora dos orixás incorporados e dela é a responsabilidade de recolhê-los e “desvirá-los”, observando as condições físicas daqueles que “desviraram”. São escolhidas do orixá, e pelo orixá.
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A ekedi na maioria das casas também é chamada de mãe, exerce a função de dama de honra do Orixá regente da casa. É dela a função de zelar, acompanhar, dançar, cuidar dos apetrechos do Orixá da casa, além dos demais Orixás, dos filhos e até mesmo dos visitantes. também cuida dos objetos pessoais do babalorixá ou iyalorixá.
 O cargo de ekedi é muito importante, pois será ela a condutora dos orixás incorporados e dela é a responsabilidade de recolhê-los e “desvirá-los”, observando as condições físicas daqueles que “desviraram”. São escolhidas do orixá, e pelo orixá.

Uma ekedi tem o direito a uma cadeira no barracão. Deve ser sempre chamada de "mãe", por todos os componentes da casa de orixá, devendo-se trocar com ela pedidos de bençãos. Os comportamentos determinados para os ogãs devem ser seguidos pelas ekedis.
 Uma ekedi também é porta-voz do orixá em terra. É ela que em muitas das vezes transmite ao babalorixá ou yalorixá o recado deixado pelo próprio orixá da casa.
No candomblé do Engenho Velho ou Casa Branca, as "ajoiés" são chamadas de ekedis. No Gantois, e no Osumaré, de "Iyárobá". Já na nação de Angola, é chamada de "Makota de Angúzo".
Ela deve cuidar da comunidade de forma respeitosa e igualitária. São importantíssimas no decorrer de qualquer cerimônia, elas devem aprender a cantar, dançar, os oros, as folhas, os rituais, e tudo o que seu zelador/a ensinar para dar o apoio necessário. Ser ekedi é motivo de grande felicidade e respeito aos compromissos e tradições da casa . Mas no seu posto ela só vai realmente ser respeitada quando mostrar aos seus filhos, que eles têm nela uma mãe de fato.
 Ekedi é mãe por excelência mas não quer dizer que terá que ser sempre boazinha, pelo contrário, a boa ekedi repreende, orienta, dá carinho, enxuga a lágrima e o suor, enfim ser ekedi é muito mais que ficar “pajeando” o zelador (pai ou mãe-de-santo) dando cafezinho na bandeja de prata e copo de cristal, isso é vassalagem e não cabe nas funções da ekedi.
Estar sempre pronta a atender quando for necessitada, ter humildade, não abusar do fato de ter certas regalias, e sim seguir o exemplo de seu Zelador tanto na casa de santo como fora dela .