Nenhuma magia é infalível. Nenhum ritual, simpatia, feitiço, oração, benzedura ou corrente garante resultados por si só. O poder de toda prática mágica depende de quem a pratica e de como a pratica. As palavras-chave para uma prática de magia bem-sucedida são: vontade, fé, confiança, concentração, intenção correta, merecimento e perseverança. Sem esses elementos, a magia não acontece. Pense nisso!
20 novembro 2012
19 novembro 2012
Sejão Bem Vindos Babalorixas Yalorixas, Ebomis , Ogans, Ekedis Amigos !!!
Nosso Site Estava Desativado Por Nois Nao Tinha Tenpo Para Pode Postar A Partir Da proxima Semana 26/11 Voltaremos Com Novas postagem e Com Site Atualizado Todos os Dias .
Nosso Site Estava Desativado Por Nois Nao Tinha Tenpo Para Pode Postar A Partir Da proxima Semana 26/11 Voltaremos Com Novas postagem e Com Site Atualizado Todos os Dias .
Amigos, depois de quase dois anos sem ser atualizado uma vergonha, nós sabemos, o blog Yle Axé Alaketo Odé Ibo está de volta.
Estamos de cara nova e, a partir de Hoje 19/11 traremos muitas novidades sobre nosso Blog nossas Hierrarquia e Religioes além de Novas matérias Novas Postagem Atividades Cotidianas Como Ano Novo Vem Com Tudo Trataremos De Se Proteger Contra Urubus Cucurus Olhos Gordos Da Magia feitiçaria Da Inveja de Todo Mal Ano 2013 Tem Que Vim Com tudo De Boum Amor carinhos Bons Clientes Bons Amigos Bons Tudo De Bom Motumba A Todos Ate breve
Oke Aro Arole odé
Não deixe de nos acompanhar !!!
Oke Aro Arole odé
Não deixe de nos acompanhar !!!

05 abril 2012
Iniciantes na Umbanda

Toda
a pessoa que escuta esta frase: “Você tem que vestir branco, e precisa
desenvolver a sua mediunidade”. Pronto! Aí vem o medo e ao mesmo tempo a
ansiedade, imaginando-se vestido de branco e já incorporando “seus guias”, ele
julga que após poucas semanas já estará apto a “trabalhar” dando “consulta”…
Será que é só colocar o médium “novo” no meio da gira e girar? Ou será que ele
precisa primeiro de atenção, carinho, ajuda e esclarecimento neste momento
único e delicado de transição dos seus valores religiosos, e principalmente de
doutrina, acrescido de tempo e humildade de ambos os lados, seja do dirigente
para com o filho pequeno (que nasce para a espiritualidade) e precisa ser
cuidado com amor. Ou por parte do filho que precisa de conhecimento e isto só é
conseguido através do estudo, movido pela paciência, humildade e fé, pois só
assim conseguirá de fato ser um filho de fé da Umbanda Sagrada. Como as giras
de desenvolvimento fazem parte deste processo mediúnico comentarei sobre os
recursos rituais: atabaques, cantos, defumações, danças, roupa branca,
etc.
Defumações:
descarregam o campo mediúnico e sutilizam suas vibrações, tornando-o receptivo
às energias de ordem positiva. Ela é essencial para qualquer trabalho num
terreiro, pois certas cargas se juntam (agregam) ao nosso corpo astral durante
nossa vivência cotidiana, ou seja, pensamentos e ambientes de vibração pesada,
rancores, preocupações, pensamentos negativos, etc., tudo isso produz (ou
atrai) certas formas-pensamento que se aderem ao nosso campo eletromagnético,
bloqueando transmissões energéticas. Pois bem, a defumação tem o poder de
desagregar estas cargas, através dos elementos ar, fogo e vegetal que a compõe,
pois interpenetra o campo astral, mental e a aura, tornando-os novamente
“libertos” de tal peso para produzirem seu funcionamento normal.
Palmas:
Se cadenciadas e ritmadas, criam um amplo campo sonoro cujas vibrações agudas
alcançam o centro da percepção localizada no mental dos médiuns. Com isso, os
predispõem a vibrarem ordenadamente, facilitando o trabalho de reajustamento
de seus padrões magnéticos.
Cantos:
a Umbanda recorre aos cantos ritmados que atuam sobre alguns plexos, que
reagem aumentando a velocidade de seus giros. Com isso, captam muito mais
energias etéricas, que sutilizam rapidamente todo o campo mediúnico, facilitando
a incorporação. Os pontos cantados são uma das primeiras coisas que afloram a
quem vai a um terreiro de Umbanda pela primeira vez. Os pontos cantados
são, dentro dos rituais, um dos aspectos mais importantes para se efetuar
uma boa gira. São louvações e orações cantadas, para chegada dos Orixás e
guias, também para descarga e limpeza fluídica, bem como para a subida dos
Orixás e guias. Um verdadeiro ponto cantado nos atinge lá dentro do coração e
da emoção, nos trazendo paz, fé, pela pureza e firmeza desses pontos
maravilhosos.
Atabaque:
As vibrações sonoras têm o poder de adormecer o emocional, estimulando a
sensibilidade, modificando as irradiações energéticas, atuando sobre o
padrão vibratório do médium, após esta mudança o mentor aproveita esta
facilidade e adentra no campo eletromagnético, igualando-se ao padrão e
fixando-o no mental de seu médium, direcionadamente. Em pouco tempo o médium,
entra em sintonia magnética para a incorporação. Existem vários tipos de
toques: • suaves e cadenciados (renovação afetiva e amorosa); • vibrantes
(descarrega); • sons alegres (predispostos ao bom humor)
Danças:
A Umbanda recorrem às “danças rituais” pois, durante seu transcorrer, os
médiuns se desligam de tudo e se concentram intensamente numa ação onde o
movimento cadenciado facilita seu envolvimento mediúnico. Nas “giras” (danças
rituais), as vibrações médium-mentor se ligam de tal forma, que o espírito do
médium fica adormecido, já que é paralisado momentaneamente. No princípio, o
médium sente tonturas ou enjôos, mas estas reações cessam se a entrega for
total e não houver tentativa de comandar os movimentos, já que seu mentor quem
o comandará. Nada é por acaso. Se o ritual de Umbanda optou pelo uso de
atabaques, cantos e danças ritual, há todo um comando pelos senhores do alto
dando amparo e sustentação.
Roupa
Branca:
O branco é a cor de Oxalá, que é o regente da Fé, da religiosidade dos seres da
pureza, da humildade, da benevolência, da paciência da fraternidade da união e
da caridade… O simbolismo da veste branca é bem visível, além de permitir uma
uniformidade na apresentação do corpo mediúnico. Mas, se alguém se veste de
branco e assume o grau de médium, dele também se exige que purifique seu íntimo,
reformule seus conceitos a respeito da religiosidade e porte-se de acordo com o
que dele esperam os Orixás Sagrados, pois estes que o ampararão daí em diante. O
fato é que a Umbanda como uma religião possui seus próprios rituais ,suas
próprias característica, e suas práticas. Desenvolver a mediunidade não
significa dar algo a quem não está habilitado para recebê-lo, mas sim, em
habilitar alguém a assumir conscientemente o dom com o qual foi
ungido.
Saravá
Umbanda! Um grande abraço.
Por
Mônica Berezutchi
01 abril 2012
Feitura de santo na iniciação Ketu.
Feitura de santo na iniciação Ketu.
Para saber se uma pessoa precisa ser iniciada ou não no Candomblé, o Babalorixá ou Iyalorixá consulta o jogo de búzios no merindilogun onde terá as respostas. Essa é uma das formas de saber, a outra é quando uma pessoa vai assistir uma festa de candomblé e entra em transe profundo, esse transe é chamado de "Bolar no Santo" é a declaração em público do Orixá que quer a iniciação de seu filho, nesse caso o babalorixá vai consultar o jogo de búzios para saber qual é o Orixá e suas condições, se pode esperar ou se caso de urgência. Normalmente são feitos acordos com os Orixás para que aguardem até o filho ter condições financeiras e de férias para poder se recolher.
A primeira fase da iniciação ou feitura de santo na nação Ketu é de 21 dias, onde a pessoa fica em retiro longe da vida profana e da família, devendo desligar-se de tudo e dedicar-se totalmente aos ritos de passagem, salientando-se que todo o ritual da iniciação não é público. Salientando também que essa iniciação só pode ser feita por uma pessoa iniciada, segundo as normas do candomblé só pode transmitir o Axé quem os recebeu de alguém iniciado na obrigação de odu ejé.
Quanto ao fato da pessoa ser recolhida para ser Iaô, Ogan ou Ekedi, essa questão só é resolvida durante a iniciação, se a pessoa entrar em transe será um Iaô elegun, se não entrar em transe e for homem, será um Ogan, se for mulher será uma Ekedi.
Barco de IaôA iniciação pode ser de apenas um Iaô ou pode ser de muitos nesse caso recebe o nome de "Barco de Iaô". Quando entra para fazer o santo sozinho será chamado de Dofono (homem) ou Dofona (mulher), por ser o primeiro e único.
No caso do barco o primeiro Iaô será chamado de Dofono, o segundo dofonitinho, o terceiro será chamado de Fomo, o quarto de Fomutinho, quinto de Gamo, sexto de Gamutinho, sétimo de Vimo, Oitavo de Vimutinho, nono de Gremo, decimo Gremutinho, decimo primeiro de Caçula e daí por diante, essa sequência de nomes são usadas na maioria das casas de candomblé de cultura Jeje-nagô.
Já houve barcos com quinze Iaôs que se tem notícia, mas isso é muito raro, pois implica muito trabalho e dedicação de muitas pessoas para cuidar dos Iaôs, a maioria das casas recolhem no máximo três ou quatro. Existem Orixás que não podem ser iniciados junto com outros nesse caso será recolhido sozinho.
Iniciação
Nos 3 primeiros dias a pessoa ficará descansando e fazendo os ebós de limpeza que serão apurados no jogo de búzios, e tomando banhos com folhas sagradas e abô, ficará recolhida no roncó (quarto específico de recolhimento), próximo ao peji e será feita a primeira obrigação que é o bori, no final dos três dias é suspenso o bori e passa para as fases seguintes.
Nos 3 primeiros dias a pessoa ficará descansando e fazendo os ebós de limpeza que serão apurados no jogo de búzios, e tomando banhos com folhas sagradas e abô, ficará recolhida no roncó (quarto específico de recolhimento), próximo ao peji e será feita a primeira obrigação que é o bori, no final dos três dias é suspenso o bori e passa para as fases seguintes.
Em seguida começa a contar o período de 16 dias, aí tem início o longo aprendizado das rezas, costumes, práticas, lendas, histórias e a iniciação propriamente dita, que consiste em raspar a cabeça, fazer curas (pequenos cortes), assentamento do orixá, serão oferecidos animais, comida ritual, flores e frutas.
Saída de Iaô
Segunda saída de Iaô, pintura colorida. No final tem a festa que é chamada de "saída de iaô", essa festa é dividida em 4 partes: A primeira saída no barracão é interna sem a presença do público, somente os membros da casa estarão presentes. Pode ter variação de uma casa para outra ou de nação para nação, uns fazem três saídas públicas outros fazem quatro.

Segunda saída de Iaô, pintura colorida. No final tem a festa que é chamada de "saída de iaô", essa festa é dividida em 4 partes: A primeira saída no barracão é interna sem a presença do público, somente os membros da casa estarão presentes. Pode ter variação de uma casa para outra ou de nação para nação, uns fazem três saídas públicas outros fazem quatro.
Inicia-se o candomblé normalmente despachando o Padê (pode ser despachado durante o dia também, depende da casa) e canta-se algumas cantigas para cada um dos Orixás, enquanto isso os Iaôs estão sendo preparados para a primeira saída no barracão de festas.
Na primeira saída pública o Iaô sai do roncó (nome dado ao quarto onde ficam recolhidos) para o barracão todo vestido de branco, essa saída é em homenagem a Oxalá, trás na testa uma pena vermelha chamada Ekodidé e na parte superior da cabeça o adoxu e pintado com efun, ele vem acompanhado de sua mãe pequena, do Babalorixá ou Iyalorixá e todos que ajudaram na feitura. Nessa saída o Iaô deverá saudar a porta, os atabaques o Axé do centro do barracão onde estar o fundamento da casa e a Iyalorixá. Em seguida é recolhido para mudar de roupa.
A segunda saída pública do Iaô no barracão as roupas são coloridas em homenagem à todos os orixás e a pintura é feita com o pó azul wáji, branco efun, e vermelho osùn. O Iaô sendo de oxalá ou determinados orixás funfuns a roupa não pode ser colorida, predominando o branco, todavia a pintura colorida seja relevante em quantidade discreta.
Momento mais esperado da iniciação (Orunkó)

Orunkó. Hora do nome do Iaô candomblé. A terceira saída do Iaô é a mais esperada por todos da comunidade, nota-se um momento de tensão muito grande e a expectativa dos sacerdotes que contribuíram nesta sagrada iniciação, que pode ser afirmada ou negada pelo noviço de que tudo foi bem feito ou não, com o grito triunfal do seu nome. Novamente o Iaô é trazido ao ile axé, desta vez sem a pintura geral, só com uma pintura de wáji no centro da cabeça (cuia de wáji) ou borilé (ritual feito com ejé do pombo branco) e ornado com penas do mesmo. O Orixá dirá seu Orunkó para todos ouvirem, nesse caso é escolhida uma pessoa (normalmente um Babalorixá ou Iyalorixá de outra casa) presente para tomar o nome do Orixá, são feitas algumas cerimônias onde a pessoa pergunta por três vezes o nome do Orixá e na terceira ele grita em voz alta seu Orunkó para todos ouvirem. Depois do nome dado o Iaô é recolhido novamente para trocar a roupa.
A quarta e última saída o Orixá vem todo paramentado com roupas e ferramentas características de cada Orixá, para dançar e ser homenageado por todos os presentes. No final canta-se para Oxalá e a festa é encerrada.
Ajeum ou Banquete
Banquete no ritual de candomblé. Quando é encerrado o candomblé todas as filhas da casa ocupam seus postos e começam a distribuir a comida ritual do banquete farto. Sempre tem comida para todos e sempre sobra. Esse banquete é composto de cabritos assados ou cozidos, galinhas, patos, pombos, canjica, milho cozido, inhame, pipoca, acaçá, acarajé, toda comida ritual servida ao Orixá é distribuída para os presentes. Muitos candomblés não permitem bebidas alcoólicas nesse caso é servido o Aluá, nas casas que permitem é servido refrigerante e cerveja.
Banquete no ritual de candomblé. Quando é encerrado o candomblé todas as filhas da casa ocupam seus postos e começam a distribuir a comida ritual do banquete farto. Sempre tem comida para todos e sempre sobra. Esse banquete é composto de cabritos assados ou cozidos, galinhas, patos, pombos, canjica, milho cozido, inhame, pipoca, acaçá, acarajé, toda comida ritual servida ao Orixá é distribuída para os presentes. Muitos candomblés não permitem bebidas alcoólicas nesse caso é servido o Aluá, nas casas que permitem é servido refrigerante e cerveja.
Algumas casas atualmente não servem comida de santo para os presentes, dependendo das posses do iniciado poderá se contratar um Buffet para o banquete onde serão servidos aos convidados todos os requintes contratados.
Seguimento da iniciação chamado Urupim.
No mesmo dia ou não, dependendo do costume da casa, as luzes elétricas são desligadas, e inúmeras velas são acesas, ouve-se um cântico tristonho como nos rituais fúnebres axexê, o Iaô cercado dos mais velhos, Iyaefun, Iyadagan, iyamorô, Iyabassê Iyakekerê e puxada pelo Babalorixá ou Iyalorixá é trazido do peji ao ile axé com um alguidá ou balaio coberto com pano branco e ornado com flores brancas e mariwô, contendo inumeros objetos, comida ritual e o cabelo rapado no inicio da obrigação. Este ritual é denominado pelo povo do santo de carrego de urupim e pode ser assistido por alguns membros da comunidade, mas não chega a ser uma festa pública, fechando um ciclo do rito de passagem de abiã "não nascido" para iaô "noviço ou recém nascido".
Passada a festa o Iaô ficará mais uns dias na roça dependendo do jogo de búzios e a confirmação no merindilogun, depois será levado para sua casa pela Iyalorixá que a entregará a sua família.
Ritual do Panã.
O iaô ainda desorientado devido ao longo período de transe e clausura, com os movimentos ainda trôpegos, recebe orientação do seu Babalorixa ou Yalorixa para executar as tarefas que serão usadas em seu dia a dia, tais como varrer, costurar, lavar, passar, sentar-se à mesa, cozinhar, etc. Numa dramatização muito divertida onde todos da comunidade tem um grande prazer de participar, rindo e até mesmo ajudando o novo iniciado. O ritual de apanã tem a finalidade de fazer com que o noviço reaprenda as atividades do mundo profano e cotidiano, para que nada lhe seja prejudicial no futuro e também entenda que já é hora de voltar à sua vida normal, apesar de aproveitar mais um pequeno período do seu mundo sobrenatural, estabelecendo neste momento o ewo temporário ou permanente, que o noviço terá a responsabilidade de obedecer, finalizando este ritual com outro rito chamado Kàrô (juramento feito diante do obi e uma quartinha).
Caída de kelê
Porém a Iaô ainda não terminou as obrigações terá ainda que cumprir um resguardo normalmente de três meses e continuar usando o kelê (uma gargantilha de contas) que foi colocada em seu pescoço no início da feitura de santo. Durante esses três meses o Iaô continuará dormindo numa esteira, usará roupas brancas e seguir uma série de restrições denominada de ewo. Terminado o período de quelê, é feita a retirada do mesmo e outra festa é feita para comemorar a comumente chamada "caída de quelê".
É o período mais difícil para o Iaô que precisa voltar a trabalhar, muitos se iniciam no período de férias do trabalho e quando termina as férias precisam voltar para um ambiente onde sem dúvida será notado por todos, discriminado por alguns e terá que se manter calado, terá muitos problemas na hora das refeições, pois está proibido de entrar em bares e restaurantes, terá que levar uma marmita e aceitar os olhares de curiosidade.
Algumas casas atualmente por esse motivo têm feito alguns acordos com os Orixás para que o Iaô que precisa trabalhar já saia da roça sem o kelê, mas terá que cumprir todos os itens do resguardo nos mínimos detalhes. Nesse caso não precisará usar somente branco, poderá usar roupas de cores bem claras como azul, rosa, beje, cinza, tudo para não chamar muito a atenção. Existem casos de firmas que o uniforme é preto, marrom, azul marinho, nesses casos o Orixá permite, não vai querer que seu filho perca o emprego.
Obrigação de um e três anos
Até fazer um ano de feitura ou pagar sua obrigação de um ano (odú Kíní), ainda terá algumas restrições (ewo temporário. como cortar cabelo, tomar banho mar e outros. Será feita a obrigação de um ano de feitura, uma nova festa para comemorar a data onde serão oferecidos comida ritual, frutas e flores.
Outra obrigação é feita aos três anos de feitura (odú kétà), algumas casas ou nações fazem também uma de cinco anos, mas no candomblé ketu considera-se um ano, três e sete anos. Ele ou ela permanecerá como Iaô até completar os sete anos de feitura e fazer a obrigação de sete anos (odu ejé).
Obrigação de sete anos (odu ejé)
Só quando fizer a obrigação de sete anos Odu ejé é que será considerado um Egbomi.

Só quando fizer a obrigação de sete anos Odu ejé é que será considerado um Egbomi.
A obrigação de sete anos é tão grande e importante quanto a feitura, nessa obrigação é que será definido se o Egbomi irá abrir uma casa ou não. A Iyalorixá entregará para o Egbomi no ato da festa seus pertences (jogo de búzios, pembas, favas, sementes, tesoura, navalha, tudo que vai precisar para iniciar Iaôs) no Ketu é chamdo Odu Ijê com Oyê, em outras nações é chamado de Deká, Peneira, Cuia, etc.
Caso o Orixá da pessoa não queira abrir uma casa e queira continuar na roça da Iyalorixá, o Orixá depositará os objetos recebidos nos pés da Iyalorixá e sua filha não abrirá uma casa, continuará na roça onde normalmente receberá um posto para ajudar a Iyalorixá.
Quando o Orixá aceita a Egbomi receberá todas as homenagens dos presentes pois está sendo consagrada como uma nova Iyalorixá se for homem Babalorixá. Nesse caso terá que providenciar uma casa para onde será levado seu Orixá e iniciar um novo Ile axé.
Odu ejé, orò odún kéje ou odum ejé são nomes pertinentes a obrigação de sete anos, que pode ocorrer a partir dos sete anos de feitura de santo de um elegun, iaô ou outro iniciado, desde que estes tenham pago suas obrigações de um (1) ano odú Kíní e três anos odú kétà.
Esta obrigação é uma das mais significativas e impotantes na vida de um iniciado, pelo fato de marcar um novo ciclo, adquirindo posição ou statos na hierarquia familiar do candomblé, pois é um rito de passagem de iaô para ebonmi.
Dependendo do espírito de iniciativa, liderança e aptidão, que esta pessoa tenha no ciclo de convivência do povo do santo, pode ser pronunciada a comunidade, pelo seu babalorixá ou iyalorixá a continuar no ile axé de iniciação, agora como sacerdote ou sacerdotisa, ocupando cargos como iamorô, iyalaxé, sarapembê, iyaefun etc. Ordinariamente se ouve dizer que "fulano de tal" recebeu o cargo na obrigação de sete anos.
Neste sagrado ritual, o novo ebonme estará apto também a tornar-se um Babalorixá ou Iyalorixá para fundar o seu próprio ile axe, dependendo da confirmação no jogo de merindilogun consultado previamente. Daí a obrigação de odu ejé é programado e feito com outro ritual chamado de Oyê.
Oyê, oyè ou ipò. (Deka) cargo de santo ou Àwon Ipò Òrìsà.
Oyê, oyè ou ipò são nomes consernentes a um tipo de cargo especifico na cultura Jeje-Nagô, outorgado por um sacerdote do candomblé, babalorixá ou iyalorixá a um elegun, geralmente na obrigação ou depois do odu ejé. Igualmente chamado de Àwon Ipò Òrìsà e Deka no candomblé de angola .
Complexidade
Neste ritual complexo e exaustivo, tem início até mais de um ano retroativo, pois é necessário a construção de um ile axé com a preparação devida de onile, fundação de um peji e vários outros assentamentos de orixás, iniciação ritual dos atabaques, Agogô, adjá etc.
Neste ritual complexo e exaustivo, tem início até mais de um ano retroativo, pois é necessário a construção de um ile axé com a preparação devida de onile, fundação de um peji e vários outros assentamentos de orixás, iniciação ritual dos atabaques, Agogô, adjá etc.
Petrechos
Rumgebe.Afro brasileiro.candomblé.No dia propriamente dito da entrega do Oyê, um grande cabaça denominada de igbá, também chamada de cuia de axé é recheada com vários objetos sagrados, que o novo sacerdote vai utilizar durante muito tempo de sua vida sacerdotal, até mesmo na sua ultima obrigação chamada de axexê, contendo obi, orobô, aridan, ekodidé, navalha, faca, tesoura, efun, limo da costa e o importante fio de conta mais cobiçado do povo nagô o Humgebê.
Rumgebe.Afro brasileiro.candomblé.No dia propriamente dito da entrega do Oyê, um grande cabaça denominada de igbá, também chamada de cuia de axé é recheada com vários objetos sagrados, que o novo sacerdote vai utilizar durante muito tempo de sua vida sacerdotal, até mesmo na sua ultima obrigação chamada de axexê, contendo obi, orobô, aridan, ekodidé, navalha, faca, tesoura, efun, limo da costa e o importante fio de conta mais cobiçado do povo nagô o Humgebê.
Desfecho
Meridilogun.Sob o igbá encontra-se um opon merindilogun, "Peneira de palha" ornada com búzio e palha da costa, onde está depositado o mais precioso e poderoso instrumento de consulta aos Deuses africanos, chamado de merindilogun. A entrega da cuia de axé geralmente é feita no barracão na presença de todos presentes, logo em seguida o orixá do novo sacerdote responde, confirmando à aceitação, todavia o mesmo é submetido a teste de aprendizado tendo que jogar os búzios na presença dos sacerdotes mais velhos, inclusive de outros terreiros.
Meridilogun.Sob o igbá encontra-se um opon merindilogun, "Peneira de palha" ornada com búzio e palha da costa, onde está depositado o mais precioso e poderoso instrumento de consulta aos Deuses africanos, chamado de merindilogun. A entrega da cuia de axé geralmente é feita no barracão na presença de todos presentes, logo em seguida o orixá do novo sacerdote responde, confirmando à aceitação, todavia o mesmo é submetido a teste de aprendizado tendo que jogar os búzios na presença dos sacerdotes mais velhos, inclusive de outros terreiros.
Iniciação ou confirmação de Ogans e Ekedis.

Para os cargos ou postos de Ogan e Ekedi normalmente são pessoas escolhidas pela Iyalorixá ou por algum Orixá da casa, serão pessoas de sua inteira confiança, pois ficarão com a responsabilidade de zelar da casa e da festa enquanto a iyalorixá estiver em transe.
Uma vez que não entram em transe, Ogans e Ekedis passam por todos os preceitos que passam os Iaôs inicialmente e até um determinado momento, mas durante o desenrolar da obrigação constatado que não entrará em transe, é confirmado através do jogo de búzios no merindilogun o Orixá que trará o Orunkó do Ogan ou da Ekedi na festa.
Se foi escolhido pelo Orixá da Iyalorixá ou Babalorixá ou pelo Orixá de uma das Egbomis da casa, o Orixá que o escolheu é que sairá no barracão acompanhando o iniciado. Nesse caso a festa não terá tantas saídas como as saídas de Iaô. Mas no final terá o mesmo banquete de confraternização entre todos presentes.
Quanto ao resguardo e ewo também não será igual ao do Iaô, será de acordo com o jogo de búzios, mas geralmente é de 21 dias de Quelê e normalmente cumpridos na roça, no caso de impossibilidade por motivo de trabalho, sai de manhã para trabalhar e vem dormir na roça até terminar o período de Quelê
17 março 2012
Pretos Velhos \ Ebós De odus
“PRETO-VELHO” – “A ENTIDADE MAIS CARISMÁTICA DA UMBANDA”
Publicado por Administrador em Março 17, 2012

Com certeza a mais carismática entidade que povoa os terreiros de Umbanda. A mística do Preto Velho é fruto de condições e circunstâncias únicas em terras brasileiras.
A sofrida vida dos escravos, trazidos da África, já bastante documentada e comentada, fazia com que os indivíduos, em função do penoso e extenuante trabalho a que eram submetidos, somado aos maus tratos, vivessem, em média, somente sete anos após sua chegada ao Brasil.
As mudanças no panorama econômico brasileiro, como a decadência do ciclo da cana-de-açúcar e a redução da atividade mineradora, fizeram com que uma grande leva de escravos migrados, para os centros urbanos, pudesse levar uma vida mais amena e conseguisse ter uma expectativa de vida mais longa.
Mesmo assim as condições de salubridade, nesta época, não favoreciam a longevidade.
Então surge a figura daquele escravo que, apesar das suas condições de vida, alcança idade avançada, personificando o patriarca da raça, cuja sapiência parece lhe ser conferida pelos cabelos brancos.
Nas sociedades tradicionais, a figura do idoso é um símbolo da experiência de vida e um pilar da cultura do grupo a que pertence; aquele que deve ser ouvido e cujos conselhos devem ser seguidos.
Vemos, portanto, o aparecimento de uma entidade cuja linha de trabalho é marcada pela tolerância, rústica simplicidade e um profundo sentimento de caridade. Só quem sofreu na carne as desventuras da vida, pode entender ou se aproximar da compreensão do sofrimento alheio, porque é possível responder a toda violência sofrida, com amor, sem nenhum sentimento revanchista ou de vingança.
Característica típica da raça africana é o apego à vida, alegria que se manifesta em musicalidade e uma sabedoria ancestral quase biológica, que transparece na religião.
A forma como se apresenta nos terreiros de Umbanda, através dos médiuns, é como uma pessoa muito idosa, curvada pelos anos. Às vezes apoiado em uma bengala, com uma voz meiga, algo paternal que atrai a confiança e simpatia de quem ouve.
Com movimentos lentos, típicos de um ancião, geralmente senta-se em um pequeno banquinho ou num pedaço de tronco, fumando seu cachimbo de barro ou um cigarro de palha, queimando seu fumo de rolo.
Gosta de beber desde a cachaça branquinha até o vinho tinto bem forte ou um café amargo. Mas uma de suas bebidas favoritas é a polpa do coco verde, triturada no pilão e misturada com um pouco de pinga.
As histórias que ouvimos a respeito dos Pretos Velhos, são bastante variadas e pitorescas.
Dizem que em vida, foram grandes sacerdotes do culto dos Orixás; que viveram muitos anos devido a seus conhecimentos mágicos, alcançaram a sabedoria e usam estes conhecimentos misturados a um pouco de bruxaria, para os trabalhos de cura e descarrego.
Porém, algumas histórias nos dizem que eles foram homens comuns, que alcançaram a redenção espiritual através dos suplícios do cativeiro. A sua tolerância ao martírio, sem manifestar revolta ou ódio pelos seus algozes e o profundo amor indiscriminado pela humanidade, os ascendeu a um patamar de mestres espirituais.
Outros nos contam que, em vida terrena, os Pretos Velhos eram homens predestinados, encarnados para assegurar um lenitivo ao sofrimento dos escravos, e que, por sua bondade e sabedoria, cativaram a amizade até dos senhores brancos, a quem também acudia com conselhos e curas. Daí a sua relativa liberdade para atender, com suas curas, ao povo pobre e sua misteriosa longevidade que lhe proporcionava a fama de sábio e feiticeiro por viver muito mais que a maioria dos escravos comuns.
A idade avançada de um escravo, já era por si própria, digna de notoriedade, por fugir, muito, da realidade do cativeiro. Por isso, aquele elemento devia ter alguma coisa diferente.
Preto Velho também gosta de beber, em seu coité, uma mistura de folhas de saião, trituradas com mel e cachaça.
Um dos pratos típicos servido nas festas ou como oferenda ao Preto Velho, e o mais brasileiro de todos, é feijoada. Comida nascida no Brasil é o resultado de circunstâncias e do gênio da raça negra.
O feijão preto era o mais básico e barato alimento na senzala. Plantado, colhido e preparado pelos escravos, na própria fazenda em que trabalhavam, era, às vezes, enriquecido pelas sobras de carne da cozinha da casa grande (geralmente porco). As partes que o senhor branco não comia, como os pés, a orelha, a garganta, o rabo, o focinho, etc., iam direto para o tacho coletivo e assim nascia a feijoada.
A falange dos Pretos Velhos guarda sinais particulares e individuais da origem dos elementos que a compõem. Antigos escravos, estes ainda conservam certas designações que denunciam de qual nação ou tribo africana eram oriundos. Assim encontramos Pai Tião D’Angola, Vovó Maria Conga, Vovô Cambinda, Pai Joaquim de Aruanda, Pai Zeca da Candonga, todos com uma característica comum: a bondade e a doçura com que tratam os fiéis que os consultam, procurando um alívio para suas aflições.
Grandes conhecedores de magia, dos feitiços de Exú e das propriedades curativas das ervas, os Pretos Velhos usam também a fumaça de seus cachimbos, como os pagés e caboclos, para dissolver as cargas e energias negativas que envolvem as pessoas.
Trabalham com passes magnetizantes e indicam banhos de ervas para seus consulentes.
Porém uma de suas características mais marcantes é sua força psicológica. Sustentada pelo conhecimento espiritual, esta entidade surpreende e encanta.
Ensinando, com seu exemplo, a resignação aos golpes kármicos do destino.
Conhecido como o psicólogo dos pobres, o Preto Velho, embasado em sua rica experiência de vida e transpirando a sabedoria da idade, sabe, como ninguém, ouvir e entender os problemas de seus fiéis.
O grande segredo desta virtude está no perdão aos sofrimentos recebidos. Perdão este, sem discurso demagógico, que vem de um sentimento puro de desapego e humildade. Humildade. Talvez seja esta a palavra chave do carisma do Preto Velho.
A linha dos Pretos Velhos está dentro da “falange das almas”. Seres desencarnados que alcançaram uma luz espiritual e retornam, através dos médiuns, ao plano terreno, numa missão de caridade, como que resgatando uma dívida espiritual, ajudando os necessitados, tanto na parte física, com passes magnéticos, defumações e indicando ervas curativas, como na psicológica, com conselhos e amparo afetivo, praticando a bondade incondicional que lhes é inerente.
Estas entidades, dizem alguns, compõem uma linha ligada ao Orixá Omolú, voltada para a cura e lenitivo nas aflições dos pobres.
As contas pretas e brancas que formam a sua guia, denunciam uma similaridade de natureza com este Orixá – Omulú/Obaluaiê – ligado à terra e às doenças, dela provenientes, além do semelhante histórico de sofrimentos vividos.
Estes guias, normalmente, incorporam em seus médiuns, atendendo ao chamamento dos pontos cantados em sua homenagem, nos terreiros, mas podem também “baixar” pelo magnetismo de uma oração ou de uma concentração mental dos fiéis.
Dependendo da pureza ou da mestiçagem dos rituais de um centro espírita, podem ser usados atabaques, com seu toque característico da Umbanda, ou apenas cantos marcados pelo bater de palmas, como verificamos nos terreiros mais tradicionais que ainda conservam a liturgia simples e despojada dos primeiros terreiros de Umbanda.
A sua maneira característica de incorporação, com o dorso curvado, de andar lento e inseguro, procurando apoio numa bengala, indicam, instantaneamente, a natureza da entidade. Porém dizem alguns estudiosos que este comportamento é apenas uma faceta cultural, pois estas entidades, já não tendo o corpo material próprio, não poderiam se movimentar aparentando limitações físicas, que na maioria das vezes nem sequer são oriundas dos médiuns.
O seu discurso nas preleções e conselhos transpiram uma mensagem cristã de perdão e compaixão, evidenciando a influência dessa religião com as citações sobre Jesus e os santos católicos.
Uma perfeita mistura da moral cristã, com os costumes africanos e o conhecimento da medicina natural, com práticas de pajelança.
As guias usadas nos terreiros vêm da direta influência africana, porém, uma das guias preferidas pelos Pretos Velhos, é formada pelas contas de uma semente vegetal que varia do branco leitoso ao negro. Conhecida, popularmente, como lágrimas de Nossa Senhora, são extraídas de uma planta da família das gramíneas, entrelaçadas com dentes de porco selvagem, à moda indígena, crucifixos e outros fetiches africanos, como a figa de guiné, revelando a miscigenação cultural / religiosa brasileira.
Por pertencer à falange de entidades desencarnadas ou “linha das almas”, os Pretos Velhos sofrem uma discriminação nos terreiros afro-brasileiros mais tradicionais de Candomblé. Porém, apesar de não figurarem no rol exclusivista dos Orixás africanos, os Pretos Velhos mantêm certo prestígio, não oficial, nos corações das pessoas que pertencem a cultos mais puristas.
Não raro vemos membros de Candomblés, muito exclusivistas, se renderem à docilidade e ao carisma desta entidade.
Talvez, devido aos laços culturais e étnicos que não podem negar e, também, por uma série de misteriosas histórias ouvidas, de que muitas dessas entidades foram, em vida, iniciados no culto dos Orixás. Muitos morreram sem ter quem lhes fizessem os ritos funerais que os separaria dos seus Orixás que foram assentados em suas cabeças e, portanto, estão indissoluvelmente ligados, no plano astral, ao ambiente mágico dos ancestrais de uma nação.
Devido ao seu modo peculiar de falar, com erros de gramática e concordância e com expressões roceiras, que demonstra a falta de instrução formal, os Pretos Velhos são menosprezados por alguns, como espíritos atrasados e de pouca luz. Porém seus defensores argumentam que a exatidão do português e o lirismo das palavras não indicam a elevação espiritual de ninguém. Sustentam que grandes vultos da história da humanidade, que possuíam uma retórica exemplar e uma personalidade magnética, foram grandes genocidas, como Hitler e tantos outros e que, se pudessem dirigir alguma mensagem mediúnica poderiam parecer espíritos bastante iluminados.
A qualidade da mensagem espiritual está no conteúdo, na compaixão que transparece nos atos e não na forma mecânica de sua construção.
Estas entidades, verdadeiros psicólogos, que falam a língua dos pobres e lhes tocam o coração, são grandes curadores no plano físico e espiritual, usando seu conhecimento fototerápico com defumações e banhos de limpeza astral, são mais eficientes em sua caridade do que os discursos filosóficos de uma intelectualidade distante da realidade.
Quando falamos dessa grande falange, referimo-nos também às entidades do gênero feminino, que povoam os terreiros com sua graça e candura. As Pretas Velhas, Vovó Maria Conga, Mãe Selma da Caconde, Tia Anastácia Cambinda, Mãe Rosa da Bahia e muitas outras.
A mesma história, vivida pelo gênero masculino, encontramos também entre estas entidades que passaram pelas mesmas agruras e conservaram em seu íntimo a bondade e o perdão.
As manifestações das Pretas Velhas seguem características semelhantes às dos Pretos Velhos.
O seu modo de incorporação, com uma postura curvada, o andar dificultoso e o gosto pelo cachimbo de barro com fumo de rolo.
Assim as Pretas Velhas, da Umbanda, são um referência de resignação e desprendimento, erradicando os sentimentos de raiva e ressentimento que poderiam advir das humilhações e torturas sofridas pelo seu povo no passado.
A condição do negro, após a escravidão, não mudou muito. Apesar disso, a postura solidária e mansa dessas entidades, tem sido um baluarte na valorização da cultura afro-brasileira, superando a estigmatição social de inferioridade, como um exemplo da grandeza espiritual do povo africano, que, apesar das atrocidades sofridas, soube semear exemplos de amor e caridade, exemplificando com suas vidas, a força da religião que souberam preservar.
Carinhosamente, também chamados de pai preto, estes guias ensinam uma importante lição de humildade e resignação diante das adversidades da vida, sem perder a alegria e o bom humor. É comum ouvir, dos mesmos, observações jocosas a respeito dos problemas. Simplificando o que parecia complicado, dando esperanças para fortalecer psicologicamente seu consulente, porque sabe que se fraquejarmos na lida da vida, os problemas se tornam maiores e não suportamos o fardo.
A grande lição que ensinam estas entidades é que colhemos o que plantamos. E esta é uma grande oportunidade para rever os erros cometidos, tomar consciência da nossa responsabilidade por nós mesmos na busca da felicidade.
A característica interessante é a forma descompromissada desta prática espiritual com o formalismo e austeridade presente em outras religiões. O adágio popular de que os velhos se parecem com crianças, tem um profundo senso prático no trabalho dos Pretos Velhos.
A informalidade e humildade destas entidades fazem os fiéis se sentirem descontraídos, como se estivessem na presença de um membro da família ou um velho amigo mais sábio, que lhes atende e aconselha falando francamente, procurando ajudar a resolver seus problemas.
Uma antiga história contada nos terreiros de Umbanda, fala de um escravo, cativo em uma fazenda de cana-de-açúcar no Nordeste, que desde que chegara ao Brasil, parecia ser predestinado à uma missão espiritual.
Missão esta, diziam, lhe ter sido outorgada por Oxalá. Apesar da dura vida no cativeiro, nunca se revoltou com o destino.
Grande conhecedor das ervas curativas e das mirongas de sua terra natal, pois fora um sacerdote iniciado no culto dos Orixás, tratava dos outros escravos, minimizando seus sofrimentos. A fama de seu trabalho de caridade chegou até a casa grande e passou também a assistir aos senhores brancos, sem nenhum traço de ressentimento.
Passou a ser chamado carinhosamente, por todos, de Pai Preto e passou a vida divulgando a prática da bondade incondicional.
Quando já estava velho, com quase 90 anos de idade, sua história chegou aos ouvidos de padres missionários, que, zelosos de sua catequese, decidiram ser Pai Preto um feiticeiro pagão que deveria morrer para servir de exemplo a quem ousasse interferir nos ensinamentos da Santa Igreja Católica.
Foi então dada a ordem para a sua execução. Porém até os senhores de engenho, que também muito lhe deviam por suas curas, resolveram burlar a ordem e esconder Pai Preto em local seguro, onde pudesse continuar a lhes prestar serviços. Mas a obstinação e a consciência de sua missão fizeram Pai Preto prosseguir, sem medo. Este continuava a trabalhar, em seu corpo espiritual.
Então as autoridades religiosas enviaram outra ordem: o “feiticeiro” devia ser desenterrado e sua cabeça separada do corpo e enterrada bem longe para que seus feitiços cessassem.
Desta vez, temerosos com as possíveis conseqüências da desobediência, seus amos resolveram matá-lo e fugir de complicações.
Assim, beirando os noventa anos, este ancião deixa o plano físico e começa uma nova missão no plano astral. Através dos médiuns que lhes servem de veículo, continua o trabalho de caridade e ajuda nos terreiros de Umbanda.
Afirmam outros que o verdadeiro nome de Pai Preto era Jeremias e que hoje é saudado como Pai Jeremias do Cruzeiro.
Toda a liturgia aparentemente caótica, nas incorporações do Preto Velho, demonstram um quadro clássico da Umbanda. Os fiéis, ignorando o que seus olhos vêem, enxergam não o médium, mas um velhinho negro alquebrado pela idade e pela vida, usando às vezes um chapéu de palha, outras um pano enrolado na cabeça, com um galho de arruda pendurado atrás da orelha, apoiado numa bengala, fumando um cachimbo ou um charuto, rindo e bebendo no seu coité de casca de coco, até café amargo, bebida que muito aprecia, e, por vezes mastigando uma rapadura.
É quase um membro da família, aquele vovô sábio e bondoso que todos gostariam de ter.
É quando todas as barreiras caem e as pessoas entregam, aos seus ouvidos pacientes, suas histórias e mazelas, sem nenhum pudor de confessar fracassos ou desilusões. Por que não se sentem falando a um estranho, mas a alguém que parece conhecê-los desde o início de suas vidas.
Usa uma vestimenta simples e branca, típica dos praticantes da Umbanda, lembrando a pureza de sentimentos e o vínculo simbólico com Oxalá, Pai criador dos homens e seu enorme amor pela humanidade.
Ebós dos Odús
EBÓ DE OKANRAN MEJI:
Um peixe fresco,Um carretel de linha branca, um de linha
vermelha e um de linha preta;
um punhado de cinzas de carvão, um charuto, um obi, uma
cachaça, ½ dendê, ½ mel e
um akunko(Galo) preto.
Passa-se tudo no corpo e arruma-se dentro de um alguidar. As
linhas são desenroladas passando sobre os ombros da pessoa, de trás para frente
e vão sendo jogadas dentro do alguidar. Sacrifica-se o akunko para Egun e
coloca-se dentro do alguidar.
Cobre-se tudo com epô, oti mel, espalha-se as cinzas por
cima e despacha-se numa estrada de movimento.
EBÓ DE EJIOKO
Um akunko, duas penas de papagaio, dois aros de ferro, dois
obís, duas favas de ataré, dendê, mel, oti e pó de efun. Passa-se o akunko no
cliente e sacrifica-se para Exú. Arruma-se tudo dentro de um alguidar e deixa-se
diante de Exú de um dia para o outro. As penas e os aros de ferro ficam no Exú,
o resto é despachado no lugar indicado pelo jogo.
EBÓ DE ETAOGUNDÁ
Um akunko; um peixe fresco; um pedaço de carne bovina; oti;
epô pupá; mel; um pano preto. Passa-se tudo no corpo do cliente, sacrifica-se o
akunko para Exú; embrulha-se tudo no pano e despacha-se no lugar determinado
pelo jogo.
EBÓ DE IROSUN MEJI
Quatro omo adie ou akunko kekere, um flecha, um bastão de
madeira, quatro tipos diferentes de cereais torrados. Passa-se tudo no corpo do
cliente e coloca-se o bastão e a flecha nos pés de Exú e os cereais dentro de um
alguidar. Sacrificam-se os omo adie para Exú e colocam-se dentro do alguidar,
por cima dos cereais. Despacha-se em água corrente. (A flecha e o bastão ficam
para sempre com Exú).
EBÓ DE OXE MEJI
Um peixe vermelho, cinco búzios, cinco ovos, cinco obís,
cinco folhas de akokô, uma cabaça e areia de rio. Corta-se a cabaça no sentido
horizontal e coloca-se areia de rio dentro. Passa-se o peixe na pessoa e
arruma-se dentro da cabaça, sobre a areia. Passam-se os demais ingredientes e
vai-se arrumando em volta do peixe, dentro da cabaça. (Os ovos são crus e não
podem ser quebrados). Tampa-se a cabaça com sua parte superior e embrulha-se com
um pano colorido. Pendura-se o embrulho no galho de uma árvore na beira de um
rio.
EBÓ DE OBARA MEJI
Um akunko, uma adie, seis abaninhos de palha, seis obís,
seis acaçás, um pedaço de corda do tamanho da pessoa, um alguidar grande, mel,
oti, epô, seis velas. Passa-se tudo na pessoa e sacrificam-se para Exú.
Colocam-se tudo dentro do alguidar (o akunko por cima da adie), arruma-se as
demais coisas em volta e a corda ao redor de tudo (dentro do alguidar). Cobre-se
com mel, epô e oti e acendesse as velas em volta. Este ebó tem que ser feito e
arriado nos pés de uma palmeira.
EBÓ DE ODI MEJI
Uma adie carijó, sete espigas de milho verde, sete tipos
diferentes de cereais torrados, sete chaves, sete moedas e sete pedaços de
rapadura.
Passa-se tudo na pessoa e arruma-se dentro de uma panela ou
alguidar de barro. Sacrifica-se a adie em cima do ebó e coloca-se o seu corpo
sobre ele. Despacha-se num caminho de subida (no início da subida).
EBÓ DE EJIONILE
Uma adié branca, uma vara de madeira do tamanho da pessoa,
canjica cozida, oito ovos crus, um pedaço de pano branco, oito acaçás, oito
búzios, algodão em rama e um alguidar. Passa-se tudo no corpo do cliente e
arruma-se no alguidar que já foi anteriormente forrado com algodão. Amarra-se o
pano na vara de madeira que deve ser fincada no solo como uma bandeira.
Arreia-se o alguidar com o ebó na frente da bandeira. Passa-se a adie no
cliente, com muito cuidado para não machucá-la, apresenta-se a Exú e solta-se
com vida. Este ebó é para ser feito num lugar bem alto, de frente para o local
onde nasce o Sol, de manhã bem cedo.
EBÓ DE OSÁ MEJI
Um akunko, nove agulhas, nove taliscas de dendezeiro, nove
bolos de farinha, nove cabacinhas pequeninas, nove acaçás, nove grãos de ataré,
nove moedas, nove penas de ekodidé, algodão, pó de efun e um alguidar.
Sacrifica-se o akunko para Exú e coloca-se dentro do alguidar. Arruma-se tudo em
volta do akunko. Nas pontas das taliscas de dendezeiro, enrola-se um pouco de
algodão como se fosse um cotonete. Molha-se o algodão enrolado nas taliscas, no
ejé do akunko e depois passa-se no pó de efun. As taliscas e as penas de ekodidé
não vão dentro do alguidar, devem ser espetadas no chão, formando um círculo ao
redor do mesmo, no local em que for despachado. Neste ebó não se passa nada no
corpo do cliente. Despachar na beira da praia sem acender velas. Na volta, todas
as pessoas que participaram têm que tomar banho de folhas de elevante e
defumar-se com pó de canela.
EBÓ DE OFUN MEJI
Uma tigela branca grande, canjica, uma toalha branca, dez
velas brancas, dez acaçás, um obi de quatro gomos, água de flor de laranjeira,
pó de efun, algodão em rama e um igbín vivo. Leva-se tudo ao alto de uma
montanha e ali, embaixo de uma árvore bem copada, faz-se o seguinte: Primeiro
reza-se a saudação de Ofun Meji, depois, forra-se o chão com a toalha branca; no
meio da toalha, coloca-se a tigela com a canjica, coloca-se os quatro gomos do
obi sobre a canjica, um de cada lado; coloca-se os dez acaçás em volta da
tigela; em cada acaçá espeta-se uma vela, cobre-se a tigela com o algodão,
derrama-se sobre ele a água de flor de laranjeira e cobre-se com o pó de efun.
Passa-se o igbín na pessoa e manda-se que ela o coloque, com suas próprias mãos
sobre a tigela. Derrama-se um pouco de água de flor de laranjeira sobre o igbín
que deverá permanecer vivo. Só então acende-se as velas e faz-se os pedidos. A
cada pedido formulado diz-se: “Hekpa Babá”. Na volta para casa deve-se falar o
mínimo necessário e, a pessoa que passou pelo ebó tem que guardar resguardo de
dez dias e vestir-se de branco durante o mesmo período.
EBÓ DE OWÓNRIN MEJI
Dois obís, duas solas de sapatos velhos (da própria pessoa),
dois bonequinhos de pano, dois pedaços de pano, sendo um branco e um amarelo,
uma casinha de cera, duas pencas de bananas, dois saquinhos de confete, e um
akunko para Exú. A roupa que a pessoa estiver vestindo na hora do ebó, tem que
sair no carrego, que será despachado nos pés de uma árvore frondosa. Feito o
ebó, o cliente se vestirá de branco por dois dias.
EBÓ DE EJILA XEBORA
Um akunko, dois irelês, doze folhas de babosa, doze
pedacinhos de ori-da-costa, doze pedaços de coco seco, doze grãos de ataré, um
alguidar, doze folhas de mamona, doze búzios, um charuto de boa qualidade,
dendê, mel, oti, pó de peixe defumado, pó de ekú defumado, doze grãos de lelekun
e pó de efun.
Sacrifica-se o akunko para Exú e coloca-se dentro do
alguidar. Passa-se no corpo do cliente e vai-se arrumando no alguidar, em volta
do akunko, as folhas de babosa e os búzios. Rega-se com mel, oti e dendê,
cobre-se com pó de peixe e pó de ekú. Pega-se as folhas de mamona e, sobre cada
uma delas coloca-se um pedaço de coco, em cima de cada pedaço de coco um
pedacinho de ori, um grão de ataré e um de lelekun e com isto se faz doze
trouxinhas. Passam-se as trouxinhas no cliente e vai-se arrumando no alguidar.
Por fim, passa-se os Irelês e solta-se com vida. O ebó é arriado dentro de uma
mata e o charuto, depois de aceso, é colocado em cima de tudo.
EBÓ DE EJIOLOGBON
Um peixe fresco, 13 pãezinhos, um alguidar, um pedaço de
pano preto, um pedaço de pano branco, pó de peixe e de ekú defumado, dendê, mel
e vinho tinto. Passa-se o peixe na pessoa e coloca-se dentro do alguidar,
passa-se os pães na pessoa e arruma-se em volta do peixe. Rega-se tudo com mel,
dendê e vinho. Salpica-se os pós sobre tudo. Passa-se o pano preto nas costas da
pessoa e coloca-se dentro do alguidar. Passa-se o pano branco na frente e com
ele embrulha-se o alguidar. Despacha-se nas águas de um rio ou de uma lagoa.
EBÓ DE IKÁ MEJI
Um akunko, duas quartinhas com água, 14 grãos de milho, 14
grãos de ataré, 14 favas de bejerekun, 14 grãos de lelekun, um alguidar, um pano
branco, 14 moedas, uma mecha de pavio de lamparina, um obi, um orógbó, 14 ovos e
14 acaçás.
Enchem-se as quartinhas com água de poço, sacrifica-se o
akunko para Exú e arruma-se no alguidar. Passa-se os demais ingredientes na
pessoa e vai-se arrumando dentro do alguidar, (os ovos são quebrados).
Derrama-se a água das quartinhas, uma sobre o ebó e a outra na terra.
Despacha-se em água corrente. (As quartinhas não precisam ser despachadas).
EBO DE OGBEOGUNDA
Um alguidar cheio de pipoca, dentro do qual se sacrifica um
akunko branco. No mesmo alguidar coloca-se: Um orógbó, um obi, uma fava de
ataré, mel, dendê, vinho branco, uma faquinha pequena, um caco de louça, uma
pedra de rua, uma pedra de rio, uma pedra do mar e um bonequinho. Arreia-se tudo
num caminho de terra que saia num rio. Não se passa nada no corpo do cliente e é
ele quem deve arriar o ebó e fazer os pedidos enquanto acende 14 velas ao redor.
(Os pedidos são feitos a Exú).
EBÓ DE EJIGBE OU ALÁFIA
Um peixe pargo, um prato branco fundo, um obi branco de
quatro gomos, canjica, 16 moedas, 16 búzios, efun e mel de abelhas. Passa-se o
peixe no corpo do cliente e coloca-se no prato onde já se colocou a canjica.
Arrumam-se as moedas e os búzios em volta. Abre-se o obi e coloca-se um pedaço
em cada lado. Rega-se tudo com mel de abelhas e cobre-se com pó de efun.
Entregar num local com bastante sombra, dentro de uma mata. Resguardo de 24
horas.
01 março 2012
Iniciantes No Santo As Quizilas Dos orixas
![]() | |
Quizilas dos orixás
Quizila é tudo aquilo que o nosso orixá
rejeita, por qualquer motivo peculiar, que por vezes desconhecemos.
Algumas das principais quizilas conhecidas
são:
- Não passar atrás de corda de
animal - Não deixar passar com fogo nas nossas costas - Não pagar nem receber dinheiro em jejum - Não passar embaixo de escadas - Não comer abóbora - Não comer peixe de pele ( só comer peixe de escamas ) - Não comer carangueijos - Não comer siri - Não comer muçum ou arrai ( quizila de Oxun ) - Não comer cajá - Não comer carambola ( pertence a Egun ) - Não comer fruta-de-conde ou sapoti - Evitar abacaxi ( quizila de Omolu ) - Evitar comer carne de porco ( quizila de Omulu ) - Evitar manga-espada ( quizila de Ogun ) - Evitar manga-rosa ( quizila de Yasán ) - Evitar tangerina ( quizila de Oxóssi ) - Não comer caça ( quizila de Oxóssi ) - Não comer carne nas segundas e sexta-feiras - Usar roupa branca nas segundas e sextas-feiras - Evitar carne de pato ( quizila de Yemanjá ) - Evitar carne de ganso ( quizila de Oshumarê ) - Não comer carne de pombo ou galinha D'angola - Não ter em casa penas de pavão ( tiram a sorte ) - Não varrer casa à noite - Evitar côco ( quizila de Oxóssi ) - Evitar melancia ( quizila de Oxun ) - Evitar fubá de milho ( quizila de Oxóssi ) - Não pregar botão em roupa no corpo - Não usar roupas pretas ou vermelhas - Evitar cemitérios - Não comer a comida queimada do fundo das panelas - Evitar aipim ou mandioca ( pertencente a Egun ) - Não comer bertália - Não comer taioba ( quizila de Anamburucu ) - Não comer pepino - Não comer pepino - Não comer das folhas do jambo - Não comer jaca - Evitar ovos ( quizila de Oxun ) - Não comer as pontas : cabeças, pés e asas de aves - Não jurar pelo santo, nem pedir mal aos outros - Nunca se fala cuscuzeiro nem cuscuz, para não revoltar Obaluayiê e Omulu fala-se agerê e bolo branco.- Filho de Oxóssi não come milho vermelho, nem milho verde. - Nunca misturar ori com epô.-Quando estiver em dúvida sobre uma qualidade de Orixá, não coloque azeite de dendê no Okutá do santo. Substitua o dendê pelo azeite de Oliva ( doce ), que pertence a Oxalá e pode ser usado por qualquer Orixá.- Evitar comer uva itália ( quijila de Ogun ) - Evitar mostarda ( quizila de Anamburucu ) - Oxalá tem quizila a todas as comidas preparadas no azeite de dendê, portanto os filhos de Oxalá não podem comer delas.- Não comer amoras e evitar passar embaixo do pé de amora ( pertence a Babá Egun ) Notas: - O povo de Keto não faz mal aos outros. O vingador, para todas as ocasiões, chama-se Bará Alaketo, que é o Exú que responde pelas injustiças que nos fizerem.- Os búzios para assentamento de Santo ( Orixá ) são sempre Abertos.- Nunca se faz um Santo sem dar presente à Osanyin. - Não se assenta Omulu sem se assentar Anamburucu. - Não se assenta Nanã sem assentar Omulu. - O pelepé em cima de talha é feito principalmente em casas de Angola.- Ifá é o Deus da adivinhação. - Costuma-se assentar Omulu e Obaluayiê sete dias antes da feitura. - Nunca se faz Ogún sem assentar Oxóssi. - Nunca se faz Oxóssi sem assentar Ogún. - Nunca se faz Oshún sem assentar Yemanjá. - O Bará e conferido e tratado três dias antes da feitura, quando se lhe dá comida. - Quando se faz Oxalá, se assenta Oshún e Yemanjá. - Sempre que recolher um Yawo , usa-se um pote para fazer o Omieró ou Abô do Santo que estiver recolhido.- Na terra de Keto não existe caboclo. Porém, no brasil o caboclo é um elemente nosso, ao qual respeitamos e admitimos como catiço e é tão respeitado como um Orixá. - Shangô costuma ser assentado seis dias antes de sua feitura. Tudo Vaai o tal Do Ovo O ovo é utilizado amplamente nos rituais sob várias formas depois de encantados por palavras mágicas; na finalidade de neutralizar o mal, purificar a cabeça de um Iyawó antecedendo a iniciação, purificar a cabeça das que habitualmente irá receber sacrifícios no Orí, antecedendo o borí, purificar o caminho de pessoas que tem obstáculos na vida, tirar problemas de confusão, etc. ![]() O mito do ovo está presente em todas as culturas antigas, entre elas a Yorubà, Polonesa, Fenícia, Chinesa, Eslava, Polinésia, Finlandesa, Hindu, Germânica, Hebraica entre outras. A força germinal contida no ovo, esta associada à energia vital com grande desenvolvimento através de èsú, motivo pelo qual, tanto o ovo como Èsú, desempenha uma função importantíssima no culto Yorubà principalmente no culto de ÌYÀMI-ÒSÒRÓNGÀ, ÒSÚN, IYEWÁ, OYÀ, ÒMÒLÚ e etc... Confirmando um total culto à fertilidade, magias curativas, purificando e quebrando as forças maléficas. A gema, sangue germinal unida à clara para obter nutrientes e hidratação necessária, transformados num único ser vivo individual no interior do ovo, plagiando o mesmo processo no interior do útero, que indiscutivelmente é o mesmo processo que acontece nos rituais, numa mesma idéia de união do casal universal; Òòrìsànlà-Òbátálà e Iyémowo. Só o que no contexto do ovo, acontece mais rapidamente não existindo nenhum tipo de vinculo biológico entre a mãe e o filho, ou seja, não existe cordão umbilical. Isto explica o poder contido no ovo por si só, o qual foi um elemento criado diretamente pelo todo poderoso Òlódúnmàré (Deus), que colocou primeiramente o Ovo no mundo, logo depois surgindo dele a vida, ou seja, a ave. Por isso, o ovo é um elemento originado do criador, o símbolo mais importante representante do poder de ÌYÀMI-ÒSÒRÓNGÀ a mãe universal que necessita intrinsecamente do poder masculino de ÒÒRÌSÀNLÀ-ÒBÁTÁLÀ, o qual faz o ovo um elemento de muito Àsé (poder realizador). O ovo é utilizado amplamente nos rituais sob várias formas depois de encantados por palavras mágicas; na finalidade de neutralizar o mal, purificar a cabeça de um Iyawó antecedendo a iniciação, purificar a cabeça das que habitualmente irá receber sacrifícios no Orí, antecedendo o borí, purificar o caminho de pessoas que tem obstáculos na vida, tirar problemas de confusão, purificar uma pessoa com maus espíritos, tirar doença de mulheres e bebes tirar a Ikú das ou do caminho de alguém. O ovo e também utilizado nos rituais de propiciação; na finalidade de obter fertilidade, atrair dinheiro, produtividade nós negócios e apaziguamento de certa situação quando utilizado em èbós de seu a ÌYÀMI-ÒSÒRÓNGÀ. O ovo quando cozido não possuindo mais então é utilizado inteiro sobre as oferendas das divindades, tendo somente a função de neutralizar doenças negativas. Já quando cozido e esfarinhado misturado ao “EKURU” também esfarinhado, este tipo de comida é utilizada para espalhar sobre o solo da casa de òrìsá, na finalidade de agradar os “AYES” (espíritos que residem na terra) espantando o mal ou neutralizando as energias negativas, quando é invocado neste ritual; os AYE sob o domínio de Ìyàmi-òsòróngà, Èsú e Òbálúwàiyé, assim propiciando abundancia e prosperidade para casa. O ovo cru com seu frescor, quando utilizado inteiro em oferenda tem a função tranqüilizar e refrescar. Por isso, é comum vermos muitos ovos crus depositados no chão aos pés de certos Ajùbò (assentamentos dos òrìsas) na finalidade de atrair abundancia e proteção, fazendo todas as divindades compreenderem perfeitamente que o èbò é uma súplica de fertilidade, germinação de filhos, dependendo da atuação da Divindade, ela não só atuará no tocante a fertilidade no útero, mais também propiciaria dinheiro, sorte, saúde e desenvolvimento na vida, por ser ovo um agente naturalmente fértil. Já os ovos crus, quando “quebrando” diretamente passando na cabeça, têm a função poderosa de purificar e livrar até 80% qualquer tipo de feitiço ou qualquer outro tipo de negatividade que esteja sobre o Orí de uma pessoa. Quando num èbò ovos crus são atirados no chão ou quebrados encima do corpo de uma pessoa num sacrifício de purificação vulgarmente chamados de descarrego, é na finalidade de desobstruir os caminhos tirando as dificuldades da vida ou qualquer espírito de força contrária que esteja acoplado no corpo (obsessores). Ao ser quebrado ele revela sua riqueza e seu poder tanto sobrenatural como concreto, pois no exato momento que é quebrado, o ovo não terá mais a possibilidade de germinar, ou seja, nascer algo dele, assim num tipo de substituição ou troca matará o problema que aflige uma pessoa possibilitando o fim de algo ou de uma situação negativa. Por este motivo que o ovo cru deve ser quebrado principalmente no Òrí de uma pessoa, numa preparação da cabeça que logo depois irá levar ritos sacrifica-tórios; começando pelo 1º sangue negro o Agbo-tutu (sumo de ervas fresca) em seguida o sangue vermelho de aves ou quadrúpedes e finalmente o sangue branco do igbin (caracol) que é espremido por cima de tudo, assim purificando, possibilitando a existência da força sobrenatural, acalmando e fertilizando a cabeça que esta no momento recebendo o puro ase , com a união dos três sangues primordiais após ter sido purificada com o ovo cru, possibilitando a pessoa obter sorte, dinheiro, felicidade, fertilidade, saúde e tranqüilidade. Quando um ovo é quebrado em qualquer ritual, o nome Ìyàmi-òsòróngà é respeitosamente citada e reverenciada, porque qualquer que seja o ovo lhe pertence, como relata vários Itãn-Ifá. Quebrar um ovo na rua (atirando no chão) pela manha por três ou sete dias consecutivos, chamando Èlegbara e Ìyàmi-òsòróngà e espargindo dendê por cima do ovo cru, este, é um simples e poderoso ritual do culto de Ìyàmi-òsòróngà, o qual tem a finalidade de afastar qualquer tipo de dificuldade ou prejuízo acalmando qualquer energia avessa do caminho de uma pessoa. Como relata ifá, o ”Ovo de pato” é o símbolo da vida e umas das proibições de Ikú (morte), a utilização do ovo de pata cru, é essencial principalmente em certos rituais e seu, com finalidade de quebrar a força da morte, doença e perdas, assim uma pessoa sairá vitoriosa obtendo longevidade, saúde e ganhos. Quando cozido e esfarinhado é utilizado como agente purificador passando pelo corpo de uma pessoa em èbós de Egungun ou Onilé (para dentro da terra), também como casca e tudo é transformado a pó (seco ao sol) utilizado no igbà-Orì e assentamentos dos Òrìsá de relação com ikú Ex: Èsú, Ògún, Òbálúwàiyé, Iyewá, Òmòlú, Erinlè, Ibeji, Sàngó, Oyà, Iyémowo, Òòrìsànlà, Ajaguémó, Iroko, Yòbá, Onilé, Egungun e Gèlèdè. Como relata Ifá, o único Òrìsá que não possui relação com ikú é o òrìsá Òsún, por ela não aceitar qualquer relação com situação de morte, também não aceita que os animais em seu culto sejam sacrificados (mortos) encima de seu Okuta. Por motivo não admiti a utilização de qualquer utensílio de cor escura, marfim, osso, buraco, agressividade e doença, os quais possuem totais relações com a morte. Isto também explica o porquê Òsún não aceita que suas filhas morram facilmente, assim Òsún os protege dando longa-vida numa ação de prolongar o Maximo o contato com a morte, todos esses aspectos de Òsún estão relatados nos Itãns do Odu Ósé. Assim, o ovo de pata é amplamente utilizado nos “Èbós–Aiku” (sacrifício de longevidade) tirando qualquer tipo de morte, seja material, espiritual, financeira ou sentimental. Fica claro que o ovo utilizado na casa de Òrìsá é um elemento de Ìyàmi-òsòróngà sendo um utensílio de muito àsé. Classificação dos Ovos Ovo de galinha cru – purifica e tranqüiliza. Ovo de galinha cozido – tirar doenças. Ovo de galinha esfarinhado – neutralizar negatividade do ambiente, atrair prosperidade e abundancia Ovo de pata cru – enfraquece a força da morte, doenças graves e perdas. Ovo de codorna – Neutraliza feitiço. Ovo de D’angola – propicia dinheiro, sorte, prosperidade riqueza e sucesso nos negócios Ovo de pombo – propicia tranqüilidade e fertilidade. Bruxos Brasil |
Assinar:
Postagens (Atom)